Começou o velho discurso do Brasil dividido, pior que este
discurso vem sendo arquitetado pela mídia depois das eleições de maneira sistemática. Nas eleições de 2014 Dilma obteve 54.501,118
votos contra 51.041.155 do candidato Aécio Neves, em 2010 Dilma fechou com 55.752.529 e
José Serra 43.711.388, bem diferente das eleições de Lula que ficou em 2002 e
2006 com a média de 60% dos votos. Em uma democracia elegemos nossos
representantes no voto, e no caso para ser Presidente basta ter a maioria dos
votos no segundo turno, mas há aqueles que não suportam a derrota no pleito eleitoral e começam
a conjecturar em separação da Federação, inclusive na página no Facebook você encontra curtidas de advogado, servidor público...., sem falar
que estão planejando protestos por não aceitar o resultado, talvez o sistema a
ser defendido por tais pessoas não seja a democracia. O que ficou bem claro
nestas eleições é face dos
preconceituosos, alguns extremados, o
que é muito perigoso, um retrocesso, eu não consigo entender como um país que
se diz “Cristão” , muitos não aceitam os programas de inclusão
social. Neste processo, em vez de dizer
quem é de esquerda ou de direito prefiro dizer que o programa do partido tende
a ser mais social ou menos social, neste último se enquadra os liberais, neoliberais, nazistas.... e nesta eleição ficou
claro que existem simpatizantes dos dois grupos.
Historicamente, a social-democracia, é uma ideologia política
de esquerda, surgida no fim do século XIX, com objetivo do estabelecimento de
socialismo democrático. O PSDB carrega a “social-democracia”, mas hoje, está longe
de ser um partido com políticas sociais, neste momento, está próximo das políticas liberais (menos social), aliás o liberalismo está bem presente no
Brasil, contudo os freios das políticas sociais causam um certo desconforto a este grupo. Mas dentro das fileiras do PSDB, encontrei políticos com visão empreendedora e preocupados o social, são raridades que tive o prazer de conhecer. Não creio que exista um Brasil dividido,
existem muitos brasileiros movidos pela ignorância, ganância e despreparo para viver
em uma democracia. Programas de
esclarecimentos da importância dos programas sociais poderiam contribuir com
amadurecimento do que posso chamar do “homem-social”, alguém preocupado com o
próximo, mesmo sem conhecer este próximo,
que pode estar em qualquer canto deste país. Nossa história é repleta de “homens-sociais”
famosos que foram exemplos principalmente no campo religioso. Permitam chamar
os não sociais de “homens umbigo”, pessoas preocupados com lucro a qualquer
custo, ou seja, e nesta conta, seria
reduzido o custo social. Historicamente vivemos um período onde o trabalhador tinha carga horária de 12 horas e sua redução não veio espontaneamente dos empregadores, foi preciso luta para a redução, ao fazer a escolha para os grupos apoiadores do menos social teríamos a garantia de que a riqueza prometida no efeito dominó alcançaria os menos afortunados? Pela forma que foram conquistados os direitos neste mundo a fora, causa desconfiança. Temos que fazer escolhas conscientes não movidas pela
emoção, pela mídia e "atores" brigando pelo topo de uma pirâmide e sustentada por
“escravos”. Fiz um juramento: “Prometo
exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres
e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do
Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das
leis, a rápida administração da Justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das
instituições jurídicas”, e não consigo
defender a Constituição, o Estado Democrático de Direito, os direitos humanos e
a justiça social sem ter este olhar pelos menos favorecidos. Agora se o
discurso é sobre a corrupção, se trata de outro foco a ser combatido, aliás um
problema de séculos de Brasil. Um Brasil dividido não faz parte de quem quer
ser um “homem social”, somos um só povo distribuídos em regiões prósperas e
pobres, todos com o seus sonhos, quem sabe você seja alguém a dar um pouco de
dignidade a alguns de nossos irmãos brasileiros.
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