Os
negros foram obrigados por centenas de anos a garantir o processo produtivo e,
na época da escravidão, foi considerado o principal fator de produção. A liberdade
jurídica em 1888 foi o primeiro passo para a construção da dignidade humana,
entretanto, não foram implantadas políticas de integração para a nova realidade,
assim deixaram nossos brasileiros com todo o tipo de dificuldade, ficaram
sem moradas, sem condições para sobreviver, a maioria viveu em péssimas
condições, e ainda muitos foram empurrados pela sociedade brasileira para as
bebidas e para a marginalidade. Solução encontrada: cadeia por vadiagem e
mendicância. Bauman define o termo “vagabundo” como os “excluídos” do mercado
de trabalho. A “massa de vadios” foi criminalizada, e se
não bastasse a sociedade brasileira passa por um momento histórico e permanente,
qual seja, cresce o número de grupos anti-negros. Como
está difícil convencer esta geração que temos um débito histórico com os
negros, e ainda estamos cometendo erros, e neste momento, para ilustrar, na
área ambiental, estamos aprovando leis que autorizam a degradação ambiental, gerações
futuras lamentarão pelas nossas escolhas!
E viva Pelô
Pelourinho
Patrimônio da
humanidade ah
Pelourinho,
Pelourinho
Palco da vida e negras verdades
E protestos, manifestações
Faz o Olodum contra o
Apartheid
Juntamente com
Madagascar
Evocando igualdade e liberdade a reinar
(Madagascar Olodum -
Banda Reflexu's)
Construímos
um mundo de desigualdades, e mantê-las irá agravar nossos problemas sociais. Há
uma enorme distorção a ser corrigida por políticas afirmativas. Reprimir
milhões de excluídos é uma política realizada há séculos e não vai ser de um
ano para o outro que vamos realizar as mudanças para mudar esta realidade. O sistema de cotas é uma política
afirmativa que se propõe a combater a desigualdade, mas ainda não é uma unanimidade.
No Brasil é possível identificar três
grandes correntes, uma entendendo que a cota é para todos os negros, outra
entendendo que o sistema de cotas deve atingir somente aqueles menos
favorecidos dentre os negros e por fim a última, que defende que o cota é para
os mais pobres, sejam brancos, negros ou pardos, já que cerca 85 milhões de
brasileiros se declaram pardos, ou seja, de origem multirracial. O Brasil é
menos Branco! Não faltam soluções, cotas
para negros, cota para os pobres, cota para os índios, tudo na proporção da população
brasileira.
Referencias:
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O
inimigo no direito penal. Pensamento Criminológico. Vol. 14.
Instituto Carioca de Criminologia. Trad.: Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro:
Revan, 2007, p. 21 – 24.
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