quarta-feira, 22 de agosto de 2012

22 DE AGOSTO: ESTÁ NA PAUTA DO TRE-SC DE HOJE JULGAMENTO DO RE.CAN. DE DÉCIO GÓES


SESSÃO DO DIA 22 DE AGOSTO DE 2012

DÉCIO GÓES:


RECURSO ELEITORAL Nº 165-12.2012.6.24.0079   (Protocolo n. 673772012)
ASSUNTO: RECURSO ELEITORAL  - REGISTRO DE CANDIDATURA - RRC - CANDIDATO - IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE  CANDIDATURA - CARGO - PREFEITO - COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA - MAJORITÁRIA - 79ª ZONA ELEITORAL - IÇARA (BALNEÁRIO  RINCÃO)
RELATOR: JUIZ ELÁDIO TORRET ROCHA
RECORRENTE(S) : DÉCIO GOMES GÓES;  COLIGAÇÃO TODOS JUNTOS PELO BALNEÁRIO RINCÃO (PRB-PTPSL-PSC-DEM-PSB-PSD-PCDOB)
ADVOGADO(S) : MAURO ANTONIO PREZOTTO - OAB: 12082/SC; ANTÔNIO DERLI GREGÓRIO - OAB: 9030/SC;  CASSIANO RICARDO STARCK  - OAB: 23330/SC; JANAINA GUESSER PRAZERES - OAB:  23310/SC; IGOR PRADO KONESKI  - OAB: 33157/SC; ANGÉLICA ZENATO ROCHA  - OAB:  16580/SC; DAIANE DE BONA PINTO  - OAB: 31735/SC; SUSIANE FORMENTIM MENDES DE  OLIVEIRA - OAB: 27194/SC; GUNTER BACKES - OAB: 27597/SC; RAFAEL GYRÃO GÓES - OAB:  31968-B/SC; MARIA ALVINA GOMES GÓES NOGUEIRA - OAB: 11149/SC
RECORRIDO(S) : COLIGAÇÃO VIVA A EMANCIPAÇÃO DO RINCÃO (PP-PDT-PMDB-PPS-PSDB)
ADVOGADO(S) : IVO CARMINATI  - OAB: 3905/SC; PIERRE AUGUSTO FERNANDES  VANDERLINDE  - OAB:  24881/SC; FÁBIO JEREMIAS DE SOUZA - OAB: 14986/SC

As sessões terão início às 16h30min. Pedidos de sustentação oral ou de preferência: deverão ser solicitados no dia da sessão, diretamente no plenário, a partir das 15h30min.


Trecho Final do Parecer Ministério Público Federal:
...
RECURSO ELEITORAL N. 165-12.2012.6.24.0079 – Classe 30
ASSUNTO: RECURSO ELEITORAL – REGISTRO DE CANDIDATURA – RRC – CANDIDATO –
IMPUGNAÇÃO AO REGISTRO DE CANDIDATURA – CARGO – PREFEITO –
RECURSO NOS AUTOS DO Rcand N. 165- 12.2012.6.24.0079 DA 79ª ZONA ELEITORAL –
IÇARA (BALNEÁRIO RINCÃO)
RECORRENTE: DÉCIO GOMES GÓES; COLIGAÇÃO TODOS
JUNTOS PELO BALNEÁRIO RINCÃO (PRB/PT/
PSL/PSC/DEM/PSB/PSD/PC do B)
RECORRIDO: COLIGAÇÃO VIVA EMANCIPAÇÃO DO
RINCÃO (PP/PDT/PMDB/PPS/PSDB)
O pretenso candidato a Prefeito recorrente invoca o princípio da irretroatividade da norma penal, nos termos do art. 5º, XL, da Constituição da República, além do princípio da segurança jurídica, aduzindo que não poderia sofrer restrição de seus direitos por fato que, à época, lhe definiu três anos de inelegibilidade.
No entanto, o princípio da irretroatividade em questão é aplicado no âmbito penal em sentido estrito; vale dizer: eventual aumento das sanções relativas ao crime praticado pelo pretenso candidato apelante, por exemplo, não poderia retroagir para agravar a pena que lhe foi aplicada por fato cometido antes da modificação. A inelegibilidade, porém, opera efeitos no âmbito eleitoral no sentido de impedir que determinado postulante possa disputar cargo eletivo por determinado período de tempo tendo em vista a roupagem jurídica com que se apresenta no momento do pedido de registro, de acordo com as exigências que o estágio evolutivo da consciência ético-política da sociedade corporificou na norma legal. Assim, embora diminua a capacidade eleitoral passiva do interessado, a inelegibilidade não é considerada sanção ou pena, tanto é que não tem dosimetria como a aplicação da pena por crime. Diversamente, é um juízo de inadequação, graduada pelo legislador complementar mediante critérios razoáveis e proporcionais, sendo que este elegeu alguns ilícitos eleitorais, dentre os quais o praticado pelo apelante, considerados graves o suficiente para ensejar sua incidência pelo prazo de oito anos, conforme previsto, especificamente no presente caso, no art. 1º, I, “d”, da LC n. 64/1990, cuja literalidade não deixa dúvida para o intérprete: a inelegibilidade é vigente desde a eleição na qual se praticou os abusos de poder econômico ou político, e perdura até as eleições (não há especificação de data) que ocorrerem nos oito anos posteriores (vale dizer, a inelegibilidade, no caso ora em apreço, expira apenas em 1º.01.2013).
Em relação ao princípio da segurança jurídica, de igual modo, o mesmo raciocínio acima é aplicado, já que o advento da LC n. 135/2010 modulou os efeitos de ilícitos criminais, cíveis e eleitorais, considerados gravíssimos pelo Congresso Nacional, e chancelada pelo STF, de forma a prorrogar por um prazo minimamente razoável a inelegibilidade decretada pelo respectivo Poder Judiciário, a qual, ademais, não é sanção, conforme antes demonstrado. Nessa linha, reportamo-nos novamente ao julgado do STF relativo à ‘Lei da Ficha Limpa’ e sua atividade alcançando situações passadas.
Por tais razões, o desprovimento do apelo é medida que se impõe, mantendo-se a sentença que indeferiu o registro do pretenso candidato a Prefeito apelante, a qual primou pela aplicação da norma eleitoral que visa a imprimir o triunfo da moralidade e a lisura das candidaturas em um sentido lato, que doravante devem nortear os respectivos registros de candidatos que ostentem “ficha limpa”, em confronto com as disposições da LC n. 64/1990, o que não foi o caso no presente feito.
ANTE O EXPOSTO, a Procuradoria Regional Eleitoral, por seu agente signatário, manifesta-se pela rejeição das preliminares suscitadas pelos recorrentes e, no mérito propriamente dito, pelo desprovimento do apelo, nos termos acima consignados.

Florianópolis, 11 de agosto de 2012.
ANDRÉ STEFANI

Acórdão

A C O R D A M os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, à unanimidade, em conhecer do recurso e, por maioria de votos - vencidos o Juiz Marcelo Ramos Peregrino Ferreira e Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli a ele negar provimento, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte integrante da decisão.






Nenhum comentário:

Postar um comentário